segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011


ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a exigência das centrais sindicais de aumento real do salário mínimo este ano, quando a regra prevê a reposição da inflação do ano anterior e aumento real com base na variação do Produto Interno Bruto de dois anos antes. "Não é uma boa política mudar o acordo a cada ano. Se é verdade que PIB vai dar zero este ano, ano que vem vai dar oito, tem compensação", afirmou o ex-presidente, pouco antes de participar de uma das discussões do Fórum Social Mundial, em Dacar, capital do Senegal.
"O que não pode é nossos companheiros sindicalistas quererem mudar a regra do jogo a cada momento. Ou você aprova a regra na Câmara e todo mundo fica tranquilo, ou você tem oportunismo", afirmou Lula, lembrando que a "proposta não é do governo, é um acordo".
As centrais sindicais querem que o governo conceda aumento real para o mínimo, ignorando a regra que prevê aumentos com base no crescimento econômico que, em 2009, não houve, por causa da crise financeira mundial iniciada em 2008. "É natural que as centrais queiram um aumento maior que a inflação", disse João Felício, secretário de Relações Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e ex-presidente da entidade, que também está em Dacar. "A nossa pretensão é (elevar o salário mínimo para) R$ 580. Caso não consigamos convencer o governo, vamos levar essa luta para o Congresso Nacional e para a sociedade."
Segundo Felício, a CUT não está propondo mudança na regra de correção do mínimo. "Estamos propondo ter o aumento real já este ano. No ano que vem a gente volta a discutir a regra antiga". Para ele, empresas, governos estaduais e prefeituras beneficiaram-se da melhora da economia e estão em condições de pagar um mínimo maior, "o que também aumenta a arrecadação da Previdência, sempre usada para justificar a decisão de não aumentar mais", afirmou o sindicalista.
Lula declarou que pode até conversar com os antigos companheiros, mas não irá interferir na questão. "Não é mais minha tarefa conversar. O governo e o Congresso devem fazer isso".

BEBÊ É INTERNADO COM LESÕES GRAVES NA CABEÇA ,APÓS SUSPEITA DE AGRESSÃO

Um jovem de 19 anos foi detido suspeito de agredir a filha da ex-namorada. A criança, de 9 meses de idade, foi internada em estado grave com lesões na cabeça, no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte do Rio. A mãe acredita que foi uma vingança pelo fim do relacionamento.
Segundo a família, a criança está em coma induzido. Mas para a polícia, médicos teriam informado que houve morte encefálica. Sem comunicação oficial do caso, foi instaurado um inquérito que apura tentativa de homicídio.
A denúncia foi feita pela mãe da criança. Ela contou que no sábado (5), antes de sair para o trabalho, deixou a filha de 9 meses na casa dele, porque não tinha babá. Os dois estariam terminando um relacionamento, mas segundo ela, o rapaz era de confiança.
Pouco tempo depois ela recebeu um telefonema avisando que a filha estava internada.
“Entraram em contato com meus parentes e falando que era pra vir aqui para o Getúlio Vargas, que a minha filha tinha sofrido um acidente, eu pensei que era coisa comum de criança, né?”, contou a mãe.
A primeira constatação dos médicos era que a menina havia sofrido uma broncoaspiracão, depois de ingerir uma mamadeira e o líquido ter ido parar no pulmão. A menina teve uma parada cardiorrespiratória e entrou em coma.
Mas, no dia seguinte a internação, outros exames foram feitos porque ela não reagia a alguns estímulos. Os laudos revelaram que a criança estava com a clavícula quebrada e tinha vários sinais internos de espancamento em toda a cabeça.
“Ela está com traumatismo craniano, ela está em coma encefálico, ela está com vários pontos de hemorragia. Então, pelo eletro, a doutora afirmou que pela gravidade que a menina está ou a minha filha foi agredida ou a minha filha tomou uma queda muito grave”, contou a mãe.
O ex-namorado da mãe foi chamado pela polícia para dar esclarecimentos. Ele disse apenas que a menina havia caído de um colchonete.
“Não há a menor possibilidade de esta lesão ter sido provocada por uma simples queda. A própria médica que atendeu a criança acha que isso não era possível. A criança chorava muito”, disse o delegado Leandro Gontijo Alves.

O rapaz foi preso por tentativa de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, com grau de crueldade e sem chances de defesa para a vítima. Segundo a polícia ele tinha uma convivência rotineira com outras crianças. Ele morava num quarto de uma casa onde funciona uma creche no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, no subúrbio do Rio.